Um estudo, realizado com base em moscas-da-fruta revelou que as bactérias presentes no intestino podem ter influência no cérebro e alterar as preferências alimentares. Investigadores portugueses da Fundação Champalimaud estiveram envolvidos nesta mesma investigação.
Concluiu-se que, embora as bactérias, que neste caso foram identificados dois tipos, não sejam o único fator para determinar as escolhas alimentares e o apetite, qualquer uma das bactérias em causa vai condicionar o comportamento alimentar.
O estudo foi realizado foi feito em moscas-da-fruta pelo que se deverão fazer mais estudo em mamíferos já que a complexidade dos microrganismos presentes nos seus aparelhos digestivos é muito maior, no entanto, o estudo em causa já parece dar indícios.
Uma das bactérias faz aumentar o apetite por comidas ricas em açúcar uma vez que retira para si o açúcar presente na comida. Quando os cientistas privaram as moscas de aminoácidos verificaram que não se desenvolveu apetite por comidas ricas em proteínas fazendo concluir que as bactérias induzem uma alteração metabólica que atua diretamente sobre o cérebro simulando um estado de saciedade proteica.
Pela primeira vez, um estudo comprova que o microbioma intestinal interage sobre o cérebro alterando as preferências alimentares. Para produzir esse efeito, as bactérias recorrem a um novo mecanismo, mecanismo esse ainda não conhecido, pelo que serão necessários mais estudos.
Ainda que pouco conclusivo, este estudo traz uma abordagem inovadora relativamente à temática do apetite e o que o pode influenciar, dando abertura para a realização de mais testes neste campo, com base no que já foi feito e comprovado!