let-it-sit

Por falar nisso, o que é a Kombucha?

A Kombucha é uma bebida que tem ganho protagonismo e cada vez mais são os que aderem à moda que parece ter vindo para ficar. Mas será esta moda assim tão saudável?

Esta bebida originária do Oriente é considerada pelos chineses como o “elixir da imortalidade”. O fenómeno da sua popularidade é recente, pelo que ainda são necessários mais estudos a fim de se comprovar os benefícios e efeitos na saúde. No entanto, não foram ainda registados efeitos adversos associados ao seu consumo.

A Kombucha resulta de um processo de fermentação do chá preto ou verde com a adição de bactérias, leveduras e açúcar (substrato para os microorganismos). Pode ainda ter sabores, como framboesa, romã, coco, entre outros, consoante o que for adicionado durante o processo de fermentação. É considerado um alimento probióticos e rico em minerais e vitaminas, nomeadamente do complexo B e ácidos orgânicos (acético, glucónico e láctico) com efeitos benéficos no organismo e ao nível do sistema gastrointestinal.

Quanto aos benefícios, ainda que sejam necessários mais estudos para comprovar a sua total eficácia, são conhecidos os seguintes:

  • Favorece o bom funcionamento gastrointestinal
  • Contribui para a saúde do estômago e atua como cicatrizante em úlceras gástricas
  • Promove e fortalece o sistema imunitário
  • Melhora os processos de reparação dos tecidos articulares

É uma bebida ligeiramente gaseificada, com um sabor ácido e adocicado ao mesmo tempo. Deverá ter especial cuidado se tiver hipertensão arterial, diabetes, estiver grávida ou amamentar e, nesse caso, deverá sempre consultar um profissional de saúde antes de a incluir na sua alimentação.

probiotics

Por falar nisso… o que são probióticos?

A definição de probióticos é clara: microrganismos vivos que, quando usados nas quantidades necessárias conferem benefício na saúde do hospedeiro, neste caso no organismo humano. São, na sua maioria, bactérias mas há também um tipo de leveduras que pode funcionar como probióticos.

Ainda que estes microrganismos possam existir naturalmente no nosso organismo, a quantidade dos mesmos poderá não ser necessária para obter determinados efeitos, nomeadamente em casos de doença ou situação clínica específica em que o seu uso ou suplementação faz sentido. São, portanto, uma forma de restaurar o equilíbrio natural de bactérias presentes no intestino que poderá ter sido interrompido por doença ou tratamento.

Os efeitos colaterais prendem-se com alterações digestivas mas as mesmas, se ocorrerem, têm pouca duração e não se registam episódios de gravidade.

Os grupos de bactérias mais comuns são Lactobacillus e Bifidobacterium. Os probióticos estão presentes em alimentos como:

  • Iogurte
  • Miso
  • Kefir
  • Tempeh
  • Kombucha

Além de alguns alimentos, a toma de probióticos pode ser recomendada através de suplementos, já que assim poderá obter maior concentração e maior probabilidade de benefício. Estas bactérias são importantes sobretudo ao nível intestinal, por fabricarem vitaminas e transformam as fibras em ácidos gordos, fundamentais em diversos processos metabólicos. São também estimulantes do sistema imunológico

Relativamente aos estudos feitos, os probióticos parecem ter benefício nos seguintes casos:

  • Prevenção da diarreia associada a antibióticos
  • Diarreia infecciosa
  • Síndrome do intestino irritável
  • Intolerância à lactose
  • Doença inflamatória intestinal
  • Diminuição do colesterol
  • Depressão e ansiedade
  • Saúde da pele
  • Infeções por Helicobacter pylori
  • Função Imunológica.

Na toma deste tipo de suplementos ou de qualquer outro tipo, não hesite em consultar o seu médico ou nutricionista no sentido de obter o produto mais adequado à sua condição clínica e de verificar necessidade ou não da toma.

 

 

bake-1238884_960_720

Por falar nisso… a manteiga de amendoim engorda?

A manteiga amendoim é um produto que tem vindo a ter muita procura no mercado e que tem muitos apreciadores: pelo seu sabor, propriedades nutricionais e versatilidade. Um alimento que à partida é saudável, se não forem tidas em conta algumas considerações, poderá passar a considerar-se um alimento não tão equilibrado para incluir na sua alimentação.

Se for um produto constituído de forma exclusiva de amendoim, trata-se de um produto saudável e nutricionalmente rico já que o amendoim é rico em gorduras insaturadas, as chamadas “gorduras boas”. É ainda rica em vitamina E e magnésio. Consegue encontrar esta versão à venda, sendo também possível fazer em casa, triturando os amendoins num robot de cozinha. Ainda que esta opção seja viável, o amendoim é um alimento calórico e rico em gordura pelo que deverá ter em atenção às quantidades que consome.

Consumida em grandes quantidades, e em resposta à questão inicial, a manteiga de amendoim pode contribuir para o aumento de peso.

Ao contrário de uma manteiga de amendoim 100%, isto é, feita exclusivamente a partir de amendoim, existem outras versões com adição de gordura, nomeadamente óleo de palma, açúcar e conservantes. Este tipo de processamento faz com que um produto nutricionalmente interessante se torne desaconselhado e pouco saudável. Esteja atento aos rótulos e procure uma versão feita apenas de amendoim.

Por ser rica em proteína, é uma boa opção a incluir numa refeição pós treino. Aliás, falamos de um produto versátil sendo que poderá incluí-lo:

  • No pão
  • Em panquecas
  • Juntar ao iogurte natural
  • Acompanhar com fruta, nomeadamente banana
  • Adicionar a batidos
  • Em papas de aveia ou de outros cereais

Quanto a valores nutricionais, uma colher de sopa de manteiga de amendoim tem:

  • 98 Kcal
  • 4g de Proteína
  • 8g de Gordura total
  • 1,1g de Hidratos de carbono
  • 1,7g de Fibra

 

Concluindo, mais do que a questão do emagrecimento, há que saber escolher um produto constituído por ingredientes saudáveis, rico nutricionalmente e que possa trazer benefícios para a sua saúde. Não se esqueça de fazer exercício físico e variar a sua alimentação, escolhendo alimentos diferentes e nas proporções recomendadas.

 

pasteis-de-belc3a9m-14

Por falar nisso… o pastel de nata engorda?

Portugal é um país conhecido, entre muitas outras coisas, pela riqueza da sua gastronomia, nomeadamente, doces tradicionais. O mais conhecido é, sem dúvida, o pastel de nata. Apreciado por muitos, raros são aqueles que não gostam de um pastel de nata acompanhado com um café, mesmo ao jeito português. Este bolo é, por alguns, visto como “permitido” num regime de emagrecimento e há quem diga que é o único que não engorda… será verdade?

Tudo que tenha valor calórico pode engordar, depende sempre da quantidade ingerida, das necessidades calóricas do indivíduos e de quanto gastam ao longo do dia. Dizer que o pastel de nata não engorda não é verdade, pois deve ter em conta uma alimentação equilibrada e um estilo de vida saudável. A ideia de que o pastel de nata pode ser uma opção a considerar numa ida à pastelaria prende-se com o facto de, em comparação com os outros bolos e doces, ter um valor energético mais baixo. Também relativamente ao teor de gordura, o pastel de nata é dos bolos com menor quantidade deste nutriente, verificando-se uma boa escolha neste sentido.

Através da seguinte tabela verifica-se o anteriormente referido:

Kcal por Porção Lípidos (g)
Pastel nata 240 38,8
Palmier simples 390 42
Queque 370 48
Croissant 480 48,5
Bolo de arroz 400 62,7
Bola com creme 490 75,4
Donuts 210 21,5
Bollycao® 250 33,6
Jesuita 515 54
Mil Folhas 340 43
Eclair de chocolate 490 47,4
Bolo de Feijão 290 46,8

Esclarecido o mito, é importante reter que, ainda que seja melhor opção comparativamente com outros bolos, não deve ser consumido todos os dias. Por ser menos calórico, não significa que não contenha açúcar e gordura, pelo que deve considerar ter uma alimentação equilibrada, consumindo doces e produtos de pastelaria de forma pontual.

O ideal será sempre fazer um bolo em casa, onde poderá optar por ingredientes mais saudáveis e obter um resultado igualmente apetecível, mas com a particularidade de não comprometer (tanto) a sua saúde e no sentido de lhe proporcionar um prazer sem (tanta) culpa.

bottle-2032980_960_720

Por falar nisso… faz mal beber água às refeições?

Muitas vezes, beber água às refeições é visto como prática errada, com malefícios para a saúde ou com implicação ao nível da gestão de peso. Muitas alegações são feitas neste sentido, inclusive que beber água à refeição dificulta a digestão, pode causar inchaço e aumenta em muito o volume do estomago diminuindo também a sensação de saciedade com consequente necessidade de comer mais para se sentir cheio.

Mas então… faz mal beber água juntamente com as refeições? A resposta é negativa pois não traz malefícios, muito pelo contrário: pode e deve beber águas às refeições. A água não tem valor calórico, pelo que não interfere no aumento do seu peso e a sua escolha como bebida impede que opte por bebidas calóricas pouco saudáveis como os néctares, refrigerantes ou bebidas alcoólicas.

Quanto à questão do aumento do volume do estomago, os estudos realizados neste domínio comprovam que acompanhar a refeição com água pode até ser uma estratégia num regime de emagrecimento uma vez que confere plenitude gástrica e consequentemente menor ingestão de alimentos à refeição. Os resultados rejeitam a hipótese de o seu estomago fica de tal forma maior, que terá de ingerir mais quantidade de comida para ficar saciado.

Quanto à digestão, também não há evidência que comprove que beber água com uma refeição traga dificuldades em digerir os alimentos ou que atrase o processo digestivo.

Lembre-se que manter a hidratação ao longo do dia é de extrema importância, especialmente em períodos de maior calor. Acompanhar as refeições com um copo de água poderá ser uma estratégia para que ingira os líquidos que necessita ao longo do dia, mas também poderá incluir sopa nas suas refeições diárias: uma forma de beber água (ainda que de forma indireta) e de consumir vegetais, conhecidos pelo seu riquíssimo teor em vitaminas e minerais.

 

sushi-2020287_960_720

Por falar nisso… o sushi engorda?

Amado por muitos e odiado por tantos outros, quando se fala de sushi, não existe um meio-termo. Gostos à parte, há muito que o sushi está na moda, e veio para ficar. Se por acaso é daquelas pessoas que tem desejos repentinos por ir a um restaurante para comer este famoso prato japonês, fique a saber se está a fugir ao seu regime ou se até está a optar por uma opção saudável. Afinal, o sushi engorda?

Antes de dar a resposta, contextualizaremos:

O Sushi é uma comida típica Japonesa e calcula-se que tenha surgido 500 anos A.C. em que começou o cultivo do arroz no Japão e que tinha como função conservar o peixe durante muito tempo. Posteriormente, esse arroz era deitado fora, comendo-se apenas o peixe. Mais tarde, introduziu-se o vinagre de arroz que reduzia o tempo de conserva do peixe e ao mesmo tempo conferia-lhe um sabor largamente apreciado, que permitia também aproveitar o arroz. Uns anos depois, começou a servir-se em restaurantes o mais fresco e rapidamente possível.

É feito à base de: arroz, vinagre arroz, açúcar, Nori (alga), peixe (salmão, atum, cavala, panga…), frutos do mar, ovo e alguns condimentos como o molho de soja, wasabi e gari.

Do ponto de vista nutricional, dizer que o sushi não engorda não é verdade, mas podemos afirmar que é uma opção saudável, se consumido em quantidades moderadas e de forma equilibrada. Dependendo sempre de que é feita, uma peça tem cerca de 50-60 kcal e, na maioria das vezes, uma pessoa não consome menos de 6 peças. Tudo o que é em excesso não traz benefício e isto não é exceção. O sushi tem hidratos de carbono uma vez que é constituído maioritariamente por arroz. A parte não tão saudável prende-se com o facto de lhe ser adicionado açúcar e, por esta razão, poderá contribuir para o aumento de peso e para alteração da glicémia. Outro problema alusivo ao consumo de sushi prende-se com o facto de estar associado, na grande parte das vezes, a restaurantes onde também tem à disposição comida chinesa ou outro tipo de comida, motivo que nos leva a consumir outros alimentos calóricos e ricos em gordura. Ainda importa referir que o molho de soja, e mesmo algumas formas de conservação do peixe, são ricos em sódio.

Consumido pontualmente e com moderação, o sushi poderá ser uma alternativa saudável:

  • Quanto ao valor calórico, o sushi é um prato que, por 100g, tem poucas calorias (o importante é considerar as quantidades), por exemplo, se comer cerca de 8 peças (ainda que em regra nunca ninguém se fica por aqui) está a ingerir, em média, 300 kcal. Peças que tenham sido fritas, com queijo creme, cebola frita, abacate ou outros molhos são, regra geral, mais calóricas. Neste sentido, opte por peças mais simples.
  • O peixe fornece uma boa quantidade de proteína de alto valor biológico (tem todos os aminoácidos essenciais e em proporções adequadas);
  • Contém vitamina B12, vitamina A, D e E nas variedades mais gordas (nomeadamente em peças com salmão, cavala e atum) e minerais como cálcio, fósforo, potássio, ferro, zinco e selénio;
  • Os peixes gordos, nomeadamente o salmão e o atum, têm uma boa quantidade de ómega 3, com papel importante na proteção cardiovascular e no desenvolvimento e saúde cerebral;
  • Pode conter algas, ricas em nutrientes destacando-se o seu teor em iodo e em fibra;
  • Não pressupõe fritura ou adição de gordura na confeção;
  • São, muitas vezes, acompanhados de fruta e/ou vegetais;
  • Por ser cru, tem associado sempre um forte controlo de segurança e higiene alimentarpara que seja feito um consumo seguro; Se estiver grávida, ainda assim, deverá evitar comer sushi durante a gestação.

Da próxima vez que for comer sushi, já sabe ao certo que o prato que está à sua frente, consumido com moderação, poderá ser uma opção viável, nutritiva e diferente e que em nada deve comprometer a sua gestão de peso.

 

batata-doce-emagrece

Por falar nisso… quais as diferenças entre a batata e a batata-doce?

O consumo de batata-doce tem aumentado exponencialmente nos últimos anos sendo cada vez mais opção de compra em detrimento da batata inglesa. Mas, afinal, o que difere entre as duas?

A batata dita “comum” sempre assumiu um papel fulcral na alimentação portuguesa e, apesar do aumento do consumo da batata-doce, pelos motivos mais a frente explicados, não deixa de ser um alimento nutritivo, pouco calórico, rica em vitaminas e minerais, barato e versátil.

A batata-doce é originária da América Central e chegou à Europa praticamente na mesma altura da batata inglesa, em meados do século XVI. A batata-doce possui maior valor calórico que a batata comum no entanto, tem mais fibra. A principal diferença que justifica a opção da bata-doce em detrimento da batata, é o índice glicémico que é muito inferior na batata-doce. Quer isto dizer que, embora presentes em maior quantidade, os hidratos de carbono presentes têm menor impacto na glicose no sangue, sendo por isso lentamente absorvidos no organismo. Este facto tem um papel importante na regulação dos níveis de açúcar sanguíneos, sendo consequentemente um fator importante de saciedade. É ainda uma boa opção para diabéticos

Outro aspeto nutricional de relevo é o teor de vitamina A na batata-doce, vitamina esta inexistente na batata inglesa. Apenas 100g de batata-doce cozida fornecem o dobro da dose diária recomendada (DDR) desta vitamina. A vitamina A contribui para a manutenção da visão, pele, cabelo, função reprodutora e para um crescimento adequado.

Confira os valores nutricionais para cada alimento e vejas as diferenças:

PRODUTO DOSE KCAL PROTEÍNAS (g) GLÍCIDOS (g) FIBRA (g) VITAMINA A (μg RE) VITAMINA E (mg α-TE) VITAMINA C (mg)
Batata crua 100,00 89,14 2,50 19,20 1,60 0,00 0,06 14,00
Batata doce crua 100,00 118,77 1,00 28,30 2,70 650,00 4,60 25,00

 

adults-1853851_1920

Por falar nisso… baixo peso e anorexia são sinónimos?

Tantas vezes se ouve falar sobre o excesso de peso e a obesidade em Portugal, suas consequências e como é a doença do século XXI. Esta preocupação é e deve ser uma prioridade para os orgãos de saúde pública, privada e para a população em geral.

No entanto, existe outro grupo do qual pouco se fala, mas cuja saúde também pode estar em risco devido a um peso desadequado e onde muitas vezes também existe insatisfação coma imagem corporal: as pessoas com baixo peso ou magreza. Na maioria das vezes, quando se fala em alguém nesta situação é para fazer um comentário: é anorético(a). Mas… pode não ser. Aliás, na maioria dos casos, não é.

Ter baixo peso ou magreza, significa que a relação entre o peso e a altura (Índice de Massa Corporal) está abaixo do considerado saudável, ou seja, abaixo de 18,5. Nestas situações, deve ser ainda avaliada a composição corporal, em termos de massa gorda e massa muscular, para uma melhor compreensão da situação.  E aqui, pode-se distinguir 3 tipos de situação: baixo peso e metabolismo elevado, baixo peso e pouco apetite e baixo peso e distúrbio alimentar, que pode ser então, uma situação de anorexia nervosa.

Baixo peso e metabolismo elevado

Geralmente, são pessoas quem têm baixo peso desde a infância e não foi despistada qualquer situação de doença, tratando-se, por isso, apenas de um metabolismo elevado. É aquela situação que com frequência se vê como desejável e à qual se faz comentários como “quem me dera ser como tu” ou “não sei do que te queixas, podes comer o que quiseres e não ganhas peso”. Isto ocorre pois o que a maioria da população quer e alguns se esforçam para, é ser “magro”. Existem pessoas com baixo peso que se sentem confortáveis como estão e querem mesmo manter-se dessa forma, sem pensar muito no assunto. No entanto, a nossa experiência profissional diz-nos que muitas vezes quem tem baixo peso não se sente bem com o seu corpo, tendo baixa auto-estima e estando numa constante luta para ganhar peso ou, pelo menos, não perder mais. Sentem que a roupa lhes fica mal, que de fato de banho “se vêm os ossos”, por vezes sentem pouca resistência e força… e ainda ouvem com frequência que podem estar doentes, que são anoréticos e que estão assim porque querem. Não é fácil lidar com tudo isto. E não estão assim exactamente porque querem, esforçando-se com frequência para comer mais, às vezes até ao ponto do enfartamento.

Baixo peso e pouco apetite

Este grupo, à semelhança do anterior, não se esforça para ter pouco peso. Simplesmente é uma consequência de outra situação, neste caso de pouco apetite. São indivíduos que, na sua maioria, com mais facilidade podem ganhar peso se assim o desejarem, pois o seu metabolismo pode não ser tão elevado como o metabolismo do grupo anterior. Nem sempre são casos que vêm da infância, podendo ser consequência de outras situações (depressão, ansiedade, …) em que a falta de apetite momentânea permaneceu e é frequente o apetite e o peso serem flutuantes, variando com os acontecimentos na vida, companhia, humor, entre outros. Ter pouco apetite pode não significar sofrer de anorexia nervosa, pois não há esforço para comer menos, nem medos ou sentimentos negativos fortes associados à comida em si e ao acto de se alimentar. Há apenas pouco apetite.

Baixo peso e anorexia nervosa

A anorexia nervosa é um distúrbio alimentar sério, que pode colocar em risco a própria vida da pessoa. Caracteriza-se pela recusa alimentar propositada e perda de peso desnecessária e excessiva, exacerbadas por um medo ilógico de ganhar peso e uma percepção distorcida da própria imagem corporal. De notar que a perda de peso é apenas a consequência de vários comportamentos e que sem eles, não existe anorexia nervosa, ou seja e reforçando o que já aqui se referiu, quem tem baixo peso ou magreza, não é necessariamente anorético se não tiver os sentimentos negativos associados à alimentação. Aliás, a prevalência de anorexia nervosa em Portugal ronda os 0,4% da população geral, logo não é frequente.

 

Hoje em dia, tem-se falado mais acerca de pessoas com magreza ou baixo peso (sem anorexia nervosa) e é mais frequente a procura de soluções através da consulta de nutrição e/ou acompanhamento de ginásio para aumento de massa muscular e volume. A verdade, é que consegue-se trazer felicidade e bem-estar a estas pessoas que, até aí, sentiam que esforçavam-se para comer e não viam evolução no peso. Parte do apoio é realmente fazer estes indivíduos perceber que não são logo titulados de “anoréticos”, que são compreendidos e que, com esforço, há solução. E sim, ganhar peso nestas situações exige esforço, pois momentos de stress, ansiedade, tristeza ou alteração radical de rotina, podem provocar uma perda de peso brusca, se não souber o que fazer para contrariar essa tendência.

Assim, se conhece alguém com baixo peso, não assuma que existe um distúrbio alimentar, não lhe chame logo e frequentemente de anorético, mesmo que seja em brincadeira. Caso queira ajudar, pergunte se a pessoa sempre teve baixo peso ou se é recente. Se houver abertura, reforce junto dessa pessoa para realizar mais refeições e que mais lhe agradam, mas não esteja sempre a impingir comida. Se sentir que há desejo, disponibilidade e vontade para ganhar peso, sugira acompanhamento profissional.

No caso de ser uma situação de perda de peso brusca sem aparente motivo ou se desconfiar que poderá haver algum tipo de disturbio alimentar, o mais aconselhável será consultar um médico. Apesar de pouco frequentes, estas situações também ocorrem e devem ser acompanhadas com delicadeza, tempo e paciência, por um profissional.

 

Referências consultadas:

Anorexia Nervosa. Natrional Eating Desorders Association. Em: https://www.nationaleatingdisorders.org/anorexia-nervosa

CARDOSO, Sónia (2002), “Representações Sociais dos Distúrbios Alimentares: estudo empírico junto a ex-pacientes, familiares e técnicos de saúde”. Tese de Mestrado em Sociologia. Coimbra: FEUC.

PORTUGAL Alimentação Saudável em números – 2014. Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável. DIREÇÃO-GERAL DA SAÚDE, LISBOA. Dezembro de 2014

types-of-sugar

Por falar nisso… Qual a diferença entre o açúcar mascavado e o refinado?

O açúcar que adicionamos ao café, aos bolos, doces e outras receitas, é extraído da cana-de-açúcar e, consoante o tipo de processos a que é sujeito, pode apresentar-se da cor mel (mascavado) à branca (refinado). À medida que o açúcar vai aclarando, vai perdendo nutrientes e é sujeito a uma maior exposição de químicos, pois a produção implica um maior número de passos.

O açúcar mascavado contém um grande teor de melaço, poucos aditivos químicos e mais nutrientes. Chega a ter mais de vinte vezes a quantidade de potássio do que o açúcar branco*.

Já o açúcar branco é mais processado do que o mascavado, sendo a sua composição quase 100% de sacarose.

No entanto, o valor calórico é semelhante em ambos os açúcares, devendo o seu consumo (branco ou mascavado) ser esporádico, segundo a nova Pirâmide da Dieta Mediterrânica.

Ao ter que consumir efetivamente açúcar, escolha sempre o mascavado. Recomendamos que limite a adição de açúcar a outros alimentos e opte por comprar alimentos com baixo teor de açúcares adicionados.

 

*in Tabela dos Alimentos, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge: açúcar amarelo – 53mg de Potássio/100g versus açúcar branco – 2mg de Potássio/100g.

2015-08-25-fish-oil-gives-promising-results-in-cancer-study-fb

Por falar nisso… O que são gorduras boas?

Apesar de durante muitos anos serem consideradas o “alvo a abater” numa dieta, as gorduras são essenciais para o normal funcionamento do nosso organismo. No entanto, é verdade que existem umas bem melhores do que outras.

Nutricionalmente, as gorduras são divididas em três grupos:

  1. Gorduras saturadas (encontradas maioritariamente em alimentos de origem animal);
  2. Gorduras monoinsaturadas (azeite, entre outros);
  3. Gorduras polinsaturadas (outros óleos, peixes gordos, entre outros).

É nestes dois últimos grupos que podemos encontrar as chamadas “gorduras boas” pois, na quantidade adequada, atuam de forma positiva no organismo.

Gorduras monoinsaturadas

Os chamados ácidos gordos ómega-9, são considerados o tipo mais benéfico de ácido gordo visto que baixam os níveis do colesterol-LDL (“mau” colesterol) sem afetar adversamente os níveis do colesterol-HDL (“bom” colesterol).

São gorduras geralmente líquidas à temperatura ambiente e podemos encontra-los em alimentos como o azeite e o óleo de colza, mas também no ovo, abacate, noz, óleo de noz e óleo de amendoim.

Gorduras polinsaturadas

Mais sensíveis à oxidação do que as monoinsaturadas, estas gorduras englobam dois ácidos gordos muito conhecidos: ómega-6 (ácido linoleico) e ómega-3 (ácido alfa-linolénico). São considerados ácidos gordos essenciais, pois o ser humano não os consegue sintetizar e, por isso, necessitam de os obter através dos alimentos.

A maioria da gordura polinsaturada encontra-se na forma dos ácidos gordos ómega-6, sendo a sua principal fonte os óleos de girassol, de milho, de palma, de amendoim, de canola e de soja. Apesar de serem eficazes na diminuição dos níveis do colesterol-LDL, diminuem também a concentração do “bom” colesterol.

Os ómega-3 têm um papel crucial na proteção do coração, devido ao seu efeito anti-trombogénico (formação de coágulos no sangue), anti-aterogénico (formação de placas de gordura nas artérias) e anti-inflamatório. Podemos inclui-lo na alimentação através do consumo regular de óleo de colza, sementes, peixes gordos (como o salmão, a cavala, o atum fresco e a sardinha) e nozes.

omegas

Em prol de um coração forte e saudável, dê preferência ao consumo diário dos ómegas e diminua o consumo das gorduras saturadas.